Parte de sete municípios do Piauí podem ficar para o estado do Ceará

O deputado Antônio Uchoa (PDT), presidente da Comissão de Litígio da Assembleia Legislativa, informou ontem que o deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE) apresentou projeto pedindo a realização de um plebiscito para que os moradores da área de litígio entre Piauí e Ceará possam escolher a qual estado querem pertencer. O petebista considera a medida unilateral e quer que os parlamentares piauienses se posicionem sobre o assunto.

"Estávamos tratando o litígio visando chegar num consenso e levar para o Congresso Nacional. Agora surge o decreto do legislativo cearense do deputado Raimundo Gomes de Matos pedindo aprovação de plebiscito", descreve. O político piauiense afirma que uma área da zona de litígio está sobre o domínio de políticos que estariam pressionando a população a ficar do lado cearense, através de investimentos vindos de programas federais, como o Fundeb.

Uchoa teme que esta ação, que teria surgido só agora, cause prejuízos para o Piauí e diz que prefere que a decisão sobre as terras seja determinada no Supremo Tribunal Federal. "Não temos medo de consultar o Supremo Tribunal, para que ele emitisse um parecer. O que entendemos é que o Estado do ceará vai decidir uniliteralmente. Amanhã vou levar aos cinco deputados do Piauí que fazem parte da comissão para que eles façam uma avaliação da Lei e se manifestem", declara, referindo-se aos deputados Antônio Félix (PPS), Dr. Pinto (PDT), Tererê (PSDB) e Paulo Martins (PT).

De acordo com o IBGE, a área de litígio na fronteira entre Ceará e Piauí envolve 8.000 habitantes de 321.000 hectares de 13 municípios cearenses - Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús - e de sete municípios piauienses - Luís Correia, Cocal, Cocal dos Alves, São João da Fronteira, Domingos Mourão, Pedro II e Buriti dos Montes