sábado, 20 de fevereiro de 2021

FANTASMAS DO PIAUÍ

Após mais de um século habitantes da região da Ibiapaba se encontram diante de um novo dilema: saberem a qual estado pertencem, Ceará ou Piauí.

Área de litígio entre Piauí e Ceará

O vizinho Estado do Piauí entrou com uma ação de contestação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no ano de 2011 sobre uma possível “invasão” cearense a terras sem definição de mapa, com área em litígio de 2.874 km², que tem como base o Decreto Imperial 3012, de 22 de Outubro de 1.880, que alterou a linha divisória das então, duas províncias. Na divisão, a então província do Piauí ganhou uma saída para o mar, ficando com hoje as terras de Luís Correia, e a província do Ceará ficou com as terras que abrangem Crateús. Entretanto, as terras localizadas principalmente na região da Serra da Ibiapaba não ficaram bem definidas.

Segundo o Decreto Imperial 3012 de 1.880, o que serve “de linha divisória das duas províncias a Serra Grande ou da Ibiapaba, sem outra interrupção além da do Rio Poty, no ponto do Boqueirão”. E mais, continua o texto, que a Província do Piauí fica com “todas as vertentes ocidentais da Serra” e a Província do Ceará “com as orientais”.

Decreto Imperial de 1.880

O Estado do Piauí, para justificar a Ação, alegou questões anteriores ao Decreto Imperial, como as cartas donatárias de 1.535 e um mapa do estado de 1.760, que apontaria a divisa de forma mais clara.

Em Maio de 2019, A Ministra Cármem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o Exército Brasileiro desse início à perícia técnica nos autos da Ação Cívil Ordinária (ACO) 1831, no qual o Estado do Piauí pede a demarcação em campo de três áreas situadas na divisa com o Estado do Ceará.

A primeira área, de aproximadamente 217 quilômetros quadrados, fica entre os municípios de Luís Correia e Cocal, no Piauí, e os municípios de Granja e Viçosa, no Ceará. A segunda área tem cerca de 657 quilômetros quadrados e situa-se entre os municípios de Cocal dos Alves e São João da Fronteira, no Piauí, e Viçosa, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito e Carnaubal, do lado do Ceará. A terceira área, de aproximadamente 2 mil quilômetros quadrados, é limitada, no Piauí, pelos municípios de Pedro II, Buriti dos Montes e São Miguel do Tapuio e, pelo lado do Ceará, pelas cidades de Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús.

Sem chegar a um acordo entre os estados, a relatora do processo, ministra Cármen Lúcia, determinou que o Exército desse início à perícia, que custaria R$ 6,9 milhões. O valor deveria ser dividido entre os dois estados, mas o governo do Ceará se negou a pagar, e o valor foi integralmente pago pelos piauienses. 

Mapa de 1.796, usado pelo Piauí, para contestação

Segundo informou o site “piauihoje” no último dia 16, “a Perícia Técnica do Exército, sob o comando do general Edson Leal Pujol, após trabalho terrestre concluiu o levantamento das cidades na divisa do Piauí e Ceará. Segundo o estudo, o Ceará perderia integralmente Ibiapina, São Benedito, Guaraciaba do Norte, Carnaubal, Croatá e Poranga, a sede de Ubajara, além de faixa do litoral com parte dos territórios dos municípios cearenses de Camocim e Chaval. Isso corresponde a 35 distritos e 806 localidades.

No dia de ontem, 19, a Assembléia Legislativa do Estado do Ceará realizou reunião virtual para para discutir o conflito entre o Ceará e o Piauí. Segundo o Presidente da Assembleia, Evandro Leitão (PDT) “destacou que o parlamento cearense está participando do debate antigo na história do Ceará sobre o litígio, e quer dar sua contribuição para que essa pendência territorial possa ser resolvida. ", disse

Deputados Cearenses em reunião virtual da Assembleia Legislativa

Participaram da reunião a Deputada e Coordenadora do Comitê na AL, Augusta Brito, os deputados Queiroz Filho (PDT), Salmito (PDT) e Acrísio Sena (PT), além dos prefeitos Saul Maciel (São Benedito), Marcos Antônio da Silva Lima (Marcão - Ibiapina) e Marcelo Machado (Crateús). Também participaram Ludiana Rocha, da Procuradoria Geral do Estado (PGE), representantes de das Câmaras de Dirigentes Lojistas de cidades da região, assim como da Procuradoria da AL.

A coordenadora do Comitê, deputada Augusta Brito (PCdoB), afirmou que todas as medidas jurídicas estão sendo acompanhadas e respondidas pelo Estado e é necessário que haja mobilização e ação conjunta. “Estamos tentando unir as forças, respeitando o sentimento de pertencimento das pessoas”, disse.

Segundo o estudo, o Estado do Ceará perderia integralmente 13 municípios a saber: Granja, Viçosa do Ceará, Tianguá, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Croatá, Ipueiras, Poranga, Ipaporanga e Crateús.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

PADRE FRANCISCO PINTO

 


        Pe. Francisco Pinto foi um grande missionário da Campainha de Jesus. Junto com seu companheiro e missionário Pe. Luís Figueira no ano de 1607, Pe. Pinto e seu companheiro desembarcaram próximos ao foz do rio Jaguaribe em campainha dos índios, e iniciaram sua missão que se estendeu desde a Barra do Ceará até Mucuripe, incluindo Parangaba e Messejana em busca de alcançar o Maranhão.

        O mártir conviveu com os índios Potiguaras e aprendeu a comunicar-se com grande facilidade, assim, ganhando a afeição deles. Ele transmitia aos índios uma mensagem de paz fazendo que os outros missionários pudessem achegar ao povo nativo.

        Os índios acreditavam que Pinto poderia fazer chover pois após ver uma índia segurando sua filha enferma orou com grande fé e começou a chover. Ele era chamado pelos índios de Pai Pina, resultante de Padre Pinto, mais tarde chamado Paupina.

        Em 11 de Janeiro de 1608, Pe. Francisco Pinto em sua missão na Ibiapina com Pe. Luís Figueira, foi morto por uma tribo indígena chamado Tocajirus. Então Pe. Luís desistiu de prosseguir viagem. Os índios pegaram seu corpo e o sepultaram numa igrejinha feita por eles mesmos, hoje em dia guardasse restos mortais do Padre que estão enterradas na atual Matriz da Paroquia de Messejana, Nossa Senhora da Conceição.

        O Governo Regional de Açores, de Portugal, doou a Bandeira do Divino Espirito Santo e a Coroa como símbolo de união entre as igrejas católicas dos dois países e reconhecimento do primeiro evangelizador do Ceará, onde hoje estão na Igreja Matriz de Messejana que guardam os restos mortais do Mártir. Em sua homenagem há uma área batizada de Paupina, situada no bairro de Messejana, Fortaleza, CE, a igreja católica o considera um mártir, e ele tem seu nome lembrado e celebrada todo dia 8 de março pelos moradores e conhecedores de sua história na Matriz de Messejana.


Fonte: https://www.paroquiademessejana.org/padre-francisco-pinto

ASSASSINATO DE PADRE PINTO

 


Assassinato do padre português Francisco Pinto (1552-1608), cometido por Michiel
 Cnobbaert em 1667 e publicado na obra Cornelius Hazart

MEMÓRIA IBIAPINENSE EXPOSTA NA IGREJA MATRIZ

        Uma página da História de Ibiapina está exposta na Igreja Matriz da cidade. São quatro quadros que retratam o início da colonização Ibiapabana. A exposição foi aberta no dia 11 de Janeiro, dia da morte do Padre Pinto, com a celebração de uma missa, presidida pelo padre Eugênio Pacelli.

        Os quadros retratam os Padres Francisco Pinto e Luis Figueira, além do momento do ataque de índios tapuias que culminaram com o martírio de Padre Pinto. Além dos quadros, também há artigos relacionados aos religiosos. A professora Francisca Oneide, pesquisadora da Diocese de Tianguá, é a curadora da exposição.

Padre Francisco Pinto

Padre Francisco Pinto

Padre Luis Figueira

Cena do ataque dos índios Tapuias ao Padre Francisco Pinto